domingo, 15 de fevereiro de 2009

"EU QUERO SER BANDIDO"

(A imagem é de ZOINHO - 10 ANOS" , MENINO DE RUA ENFRENTANDO POLICIAS EM CONFRONTO.)
Há dias, num noticiário de TV, acompanhei uma entrevista com menores delinqüentes de uma favela do Rio. Um deles, ao ser questionado sobre a sua perspectiva de vida, responde: “Eu quero ser bandido.” É difícil definir a sociedade em que vivemos e, sobretudo, imaginar o mundo que virá. Os marginais adultos nos atemorizam com as ameaças que nos fazem e o risco de vida a que estamos expostos. Numa freqüência menor e com menos agressividade, os crimes sempre existiram, desde aqueles mais célebres que ficaram registrados nos arquivos da história até os assassinatos de natureza vingativa ou passional. Entretanto, o bandido menor, tão perigoso quanto os profissionais do crime, é novidade recente. Todavia, mais desesperador do que tudo isto é um adolescente já criminoso confessar o desejo de continuar numa experiência tão degradante para si e nociva para a comunidade. A sua resposta não pode “entrar por um ouvido e sair pelo outro”, como um comentário de futebol. Ela exige dos responsáveis pelo destino do País, e somos todos nós, uma madura reflexão sobre esse fenômeno apocalíptico.

Estamos dormindo sobre um vulcão cujas lavas já escorrem pela encosta. Quando tomamos conhecimento de uma informação como essa, ficamos arrasados, recordando muitas vezes, com saudosismo, a infância mais sadia de décadas atrás, cujo crime era atirar pedras nas árvores ou pular o muro dos quintais para apanhar alguma fruta.

Se o telespectador é familiar da literatura brasileira, lembra-se dos “Meus oito anos” de Casimiro de Abreu, comparando aquela infância mais saudável com o triste panorama desta realidade infanto-juvenil. Enquanto a TV expõe a reportagem, ficamos horrorizados e aventuramos algum “achismo”, mas logo procuramos esquecer aqueles quadros, com programas alienantes para dormir o sono dos acomodados.

Mas o tempo está passando, e não se toma nenhuma atitude radical. Os sociólogos e psicólogos se desgastam em análises e conclusões, mas não vemos propostas políticas nem programas pedagógicos, capazes de solucionar o mal que se alastra, sobretudo nas grandes cidades. Muitos insistem na baixa da idade penal, o que é válido, mas insuficiente para a profilaxia e terapêutica da criminalidade. Também são ineficazes medidas assistencialistas ou campanhas emergenciais. O que o menor marginal precisa é descobrir sua identidade, adquirir auto-estima, conhecer outros valores além do revólver, da droga e do sexo. Em resumo, ele carece de uma educação que os amadureça integralmente.

De onde vêm esses menores que batem carteiras porque não têm mesadas; que assaltam para comprar pão, muitas vezes estimulados pelos pais; que cheiram cola para fugir da sua infelicidade; que se prostituem, porque lhes falta lazer? Eles vêm da miséria que não lhes deu família nem escola e não lhes proporcionou uma qualidade de vida condizente com a dignidade humana. Crescem numa cultura individualista em que cada um só pensa em si; numa sociedade que valoriza o homem pela bitola do pragmatismo e da produtividade que gera lucros e não pessoas. Seu lar é a rua, e o seu horizonte é a Febem, verdadeiro antro de degradação, que não os educa para a cidadania, porém os predispõe para mais revolta, para mais violência e prática de novos e piores crimes.

Ou se proporciona uma profunda mudança nas circunstâncias desses mini marginais ou caminhamos para um futuro imprevisível para toda a humanidade. Se já falham os mecanismos de segurança atualmente utilizados, se em nenhum lugar nos sentimos protegidos dos atentados, o que acontecerá, quando esses menores forem maiores na força física, na agressividade e nas estratégias da maldade, não corrigida por uma educação personalizante, capaz de despertá-los para os verdadeiros valores existenciais?

Urgentes e pesados investimentos devem ser feitos nesse sentido. Quanto dinheiro gasto agora para um brasileiro realizar a primeira viagem espacial que nenhum benefício trará para o povo. Não seria melhor aplicar recursos na alfabetização de crianças e adultos, na formação profissional, na preparação da família, em assistência à saúde e projetos de entretenimento popular?

Não há tempo a perder. Os dias estão contados para que o desejo de ser bandido não seja a aspiração de alguns menores, porém o pesadelo de uma maioria cuja vida, indigna de um ser humano, não lhes permitiu enxergar estrelas.

2 comentários:

  1. boto fe, vida loka , estamos ai para encarar a policia , esses vermes comedores de carnissa, eu você bandido e . final , sou de cuiabá meu nome é juninho eu estou aqui vem me pegar estou pronto para te encara seus pé preto ra ra ra ra ... armas, drogas, revorvers, motos, carros, manções.

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  2. eae paulinho , bolacha , gleizer , junior , nós comanda a santa clara e região

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